domingo, 31 de janeiro de 2010

31 de Janeiro de 1891


Todos os funcionários públicos vão ter pensões mais baixas

Os cortes nas pensões dos funcionários públicos vão ser generalizados. Além da penalização das pensões antecipadas, também os trabalhadores que fizeram todos os descontos necessários terão uma pensão mais baixa do que estariam à espera, um corte que resulta da mudança na fórmula de cálculo das reformas, prevista na proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2010.

O Governo decidiu que as pensões atribuídas a partir de 2010 deverão ser calculadas com base na remuneração auferida em 2005, actualizada à taxa de inflação, alterando as regras seguidas até aqui, que consideravam a remuneração auferida na data da aposentação.

Com isto, as subidas de escalão que as pessoas tiveram ou venham a ter desde 2005 “vão à vida” dado que:
P = (P1 + P2) x FS

P1 = (R x 0,9 x T1):C …… P2 = RR x TAFP x T2

R. Última remuneração mensal
RR. Remuneração média mensal após 2005-12-31
TAFP. Taxa anual de formação da pensão
T1. Tempo de serviço até 2005-12-31
T2. Tempo de serviço após 2005-12-31
C. Carreira completa no ano da aposentação
P1. Primeira parcela da pensão
P2. Segunda parcela da pensão
FS. Factor de sustentabilidade

e portanto P1 nunca reflectirá as subidas de escalão e a alteração dessas subidas em P2 será insignificante.

Para além de estar em completa contradição com o Acordo de Princípios que previa que quem tivesse mais de 6 anos no 340 e entretanto se reformasse, o fizesse no índice 370… Isto é pura e simplesmente violação do acordo!

Cumprimentos.

António Batista

O que fará um governo de esquerda socialista?

A Cultra promove durante um fim de semana um ciclo de dez debates para discutir práticas políticas possíveis para uma governação à esquerda. As sessões terão duração de uma hora e meia, com um orador (50 minutos), um comentador (20 minutos) e debate (20 minutos). Participam nos debates alguns deputados e especialistas em cada um dos temas de discussão. A entrada é livre.

27 de Fevereiro, Sábado

10:00h
1. Na política económica e financeira

Orador: Francisco Louçã, Professor do ISEG e deputado
Comentador: João Ferreira do Amaral, Professor do ISEG

11:40h
2. Na política do trabalho e da segurança social

Orador: Carvalho da Silva, Coordenador Nacional CGTP/IN
Comentador: Mariana Aiveca, deputada, Conselho Nacional CGTP/IN

15:00h
3. Na política de saúde

Orador: João Semedo, médico, deputado
Comentador: Isabel do Carmo, médica

16:40h
4. Na política das cidades e ordenamento territorial

Orador: Helena Roseta, arquitecta, vereadora da CML
Comentador: Mário Vale, Inst. Geografia e Ordenamento do Território/UL

28 de Fevereiro, Domingo

09:30h
5. Na política do ambiente e energia

Orador: Francisco Ferreira, QUERCUS
Comentador: Rita Calvário, engenheira agrónoma, deputada

11:10h
6. Na política de desenvolvimento rural e das pescas

Orador: Fernando Oliveira Baptista, Professor ISA/UTL
Comentador: Pedro Soares, deputado, presidente da Com. Parlamentar de Agricultura e Pescas

14:30h
7. Na política de igualdade

Orador: Virgínia Ferreira, Professora CES/FEUC
Comentador: a designar

16:10h
8. Na política de justiça

Orador: Conceição Gomes, investigadora CES/FEUC
Comentador: Teixeira da Mota, advogado

17:50h
9. Na política de educação

Orador: António Nóvoa, Professor FPCE/UL, Reitor UL
Comentador: Ana Drago, deputada

19:30h
10. Na política externa e de defesa

Orador: José Manuel Pureza, Professor da FE/UC, deputado
Comentador: Pezarat Correia, General do Exército

OS DADOS ESTÃO LANÇADOS, OLHÃO VAI TREMER! (PS e as SUAS EMPRESAS)

Na última semana mais uma vez o Sr. Presidente da Câmara de Olhão envergonhou a Democracia.

Então não é, que como não tem argumentos para responder às questões do vereador do BE, simplesmente resolve o problema ao não o convocar para as reuniões?

Estes métodos têm que acabar de uma vez por todas!

Carta enviada ao Procurador-Geral da República.

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Exmo. Sr. Procurador-Geral da Republica,

Vem por este meio, o Vereador do Bloco de Esquerda eleito para a Câmara Municipal de Olhão, João Manuel Dias Pereira, contribuinte nº 181894343, dirigir-se a V/Excelência, para levar ao seu conhecimento algumas situações que me levantam muitas dúvidas sobre a incompatibilidade no exercício de funções políticas ao abrigo da Lei Geral 12/A 2008 de 27 de Fevereiro, Artigos 25º a 30º. Nesta lei, o legislador reforçou as normas de deontologia do serviço público e do exercício de funções públicas com carácter de exclusividade, para a excepcionalidade da acumulação de funções, quer públicas, quer públicas e privadas, e para a indispensabilidade de autorização prévia para os casos excepcionais em que é permitida a acumulação.

Assim, passo a citar:



SITUAÇÃO nº1

Doutora Valentina Calixto,
- Presidente da ARH Algarve.
- Presidente da Sociedade Polis Algarve
- Já foi Presidente da CCDR Algarve.

A Sra. Doutora, pelas funções que desempenhou e desempenha tem um cargo de grande influência sobre decisões ao nível do Urbanismo e do Ambiente relativamente às Autarquias do Algarve.

- Sendo sabedora de várias denúncias públicas ao nível do Ambiente, algumas delas escritas por associações de cidadãos, algumas do próprio Bloco Esquerda Nacional e Local, verifica-se que no exercício das suas funções tem pautado por uma inércia quase total na aplicação das leis vigente sobre estas temáticas no que diz respeito às Autarquias.

Seu esposo tem uma empresa denominada:

ALGARSER, OBRAS E ESTUDOS DE ENGENHARIA S.A.

Natureza Jurídica: SOCIEDADE ANÓNIMA
NIPC: 504540238
Sede: RUA CASTILHO Nº 31-1º DTO
Distrito: Faro Concelho: Faro Freguesia: Faro (Sé)
Matriculada na: Conservatória do Registo Predial/Comercial de Faro pela Apresentação AP. 1/20080414, referente à inscrição 5, foi efectuado o seguinte acto de registo:

DESIGNADOS CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Nome/Firma: Marcelo João Pires Calixto, casado
NIF/NIPC: 153462809
Cargo: Presidente
Residência/Sede: Quinta do Ludo
Montenegro - Faro

Nome/Firma: Miguel João Dias de Brito, solteiro, maior
NIF/NIPC: 222309008
Cargo: Administrador
Residência/Sede: Avenida da República, nº. 202, 4B, Olhão.

Esta empresa faz serviços para várias Câmaras locais e os cidadãos nos comentários em fóruns e blogues sempre chamam a atenção para este conflito de interesses.



SITUAÇÃO nº2

Engenheiro Carlos Alberto da Silva Martins,
Vereador a tempo inteiro na Câmara Municipal de Olhão;

Tem o pelouro das obras públicas e privadas da C. M. Olhão;

Presidente do conselho de Administração da SRU- Sociedade de Reabilitação Urbana de Olhão da Restauração, E.E.M.

Este Vereador tem uma empresa de construção civil que fez e está fazendo várias obras particulares no Concelho denominada:

CMTM - CONSTRUÇÕES, LDA

Natureza Jurídica: SOCIEDADE POR QUOTAS
NIPC: 506018555

Carlos Alberto da Conceição Martins
Sócio - gerente com uma quota de 50% no valor de 2500 euros

Telma Alexandra Bernardo Pedro Martins.
Sócio – gerente com uma quota de 50% no valor de 2500 euros.

Será possível uma situação destas à luz da lei?

Não está este vereador beneficiando directa e indirectamente com as funções que ocupa?

Quando entregou a sua declaração ao Tribunal Constitucional referiu estas situações?



SITUAÇÃO nº3

Joaquim Dionísio Botinas Fernandes,

Foi cabeça de lista para a junta de Freguesia de Moncarapacho;

É Deputado na Assembleia de Freguesia de Moncarapacho;

Este Deputado de Assembleia de Freguesia até há pouco tempo era sócio gerente de uma empresa que executa consecutivamente empreitadas para a Câmara Municipal de Olhão. Há luz da Lei Orgânica 1/2001 de 14 de Agosto não poderia sequer ser candidato, como previsto no nº2 Alínea c) do artigo7º nas Inelegibilidades Especiais que diz:

Não são também ilegíveis para os órgãos das autarquias locais os membros dos corpos sociais e os gerentes de sociedades, bem como os proprietários de empresas que tenham contratos com a autarquia não integralmente cumprido ou de execução continuada.

Este Sr. deputado da Assembleia de Freguesia, depois de ter sido falado nos blogues locais e fóruns foi sair da gerência da sua empresa pois como poderá verificar no portal da transparência beneficia de muitos contratos de adjudicação directa com a Câmara Municipal de Olhão.

Apesar de já não ser gerente continua como sócio e a sua esposa é também sócia gerente da empresa conforme poderá constatar pelo documento (em anexo) passado pela Conservatória do Registo Predial e comercial de Olhão.

JOAQUIM & FERNANDES - ELECTRICIDADE E TELECOMUNICAÇÕES LDA

NIPC: 501717307

Natureza Jurídica: SOCIEDADE POR QUOTAS
Sede: BIAS DO NORTE
Distrito: Faro Concelho: Olhão Freguesia: Moncarapacho
Olhão.

Matriculada na: Conservatória do Registo Predial/Comercial de Olhão, pela Apresentação AP. 1/20091218, referente ao averbamento 1 à inscrição 1, foi efectuado o seguinte acto de registo:

Av. 1 - AP. 1/20091218 14:50:44 UTC - CESSAÇÃO DE FUNÇÕES DE MEMBRO DO ORGÃO SOCIAL.

GERÊNCIA:

Nome/Firma: Joaquim Dionísio Botinas Fernandes
NIF/NIPC: 104005971
Cargo: Gerente

Residência/Sede: Bias do Sul, Moncarapacho 8700 - 067 Olhão

Causa: Renúncia
Data: 07 de Dezembro de 2009.

Esta alteração já foi feita depois da obtenção da certidão anexada a esta missiva.



SITUAÇÃO nº4

António Miguel Ventura Pina,

Vereador da Câmara Municipal de Olhão;

Tem o pelouro da Educação entre outros;

Vice-Presidente da Câmara;

Este vereador conjuntamente com o já citado vereador Carlos Alberto da Conceição Martins, têm uma empresa de exploração de ostras e bivalves, que receberam e poderão vir a receber fundos comunitários. Além disso nesta cidade realiza-se o maior festival de marisco do país que é realizado por uma empresa municipal de nome Fesnima, não sabendo até que ponto a influência que estes dois membros, podem ter sobre as vendas dos seus produtos aos comerciantes locais que alugam os espaços no recinto do festival. Mas como têm influência na votação da nomeação dos administradores da empresa municipal, parece-me que estão violando um dos princípios da incompatibilidade referidos na lei.

A seguir passo a descriminar a denominação da empresa em causa:

OSTRA FORMOSA-PRODUÇÃO DE BIVALVES, LDA

NIPC: 507296516

Natureza jurídica: SOCIEDADE POR QUOTAS

Gerente
Vera Mónica Forra de Sousa Pesinha Pina

Sócio accionista – Carlos Alberto da Conceição Martins
40% Participação de 20 000 euros.

Sócio accionista – António Miguel Ventura Pina
40% Participação de 20 000 euros.

Alberto de Sousa Gil
20% Participação de 10 000 euros.


Exmo. Sr. Procurador - Geral da Republica Se, se verificarem as incompatibilidades aqui citadas, peço que, se reponha a legalidade e se actue em conformidade com a lei acima citada, assim como com os artigos 44º a 51º do Código do Procedimento Administrativo, ao abrigo do Decreto - Lei 24/84 de 16 de Janeiro e, a toda a legislação aplicável.


PS: Esta carta foi Também enviada ao Tribunal Constitucional.

sábado, 30 de janeiro de 2010

DIREITO À DIFERENÇA, DIREITO À OPINIÃO PRÓPRIA, POR UM DEBATE PERMANENTE E DEMOCRÁTICO!

Por que nos interessa um Bloco de Esquerda, livre, democrático e igualitário, que seja na verdadeira acepção da palavra e na essência uma verdadeira alternativa democrática, onde todos- inclusive as "formiguinhas"- têm o direito à opinião, à transparência e à democracia interna, coloco aqui este texto para servir de meditação a todos os bloquistas que lutam por uma maior democracia interna.

Fernando Oliveira

A Esquerda Nova – Corrente de Opinião no Bloco de Esquerda é uma tendência constituída no respeito por todas as alíneas dos Estatutos do Bloco.

A Esquerda Nova – Corrente de Opinião no Bloco de Esquerda tem por objectivo único o fortalecimento do Bloco de Esquerda como partido-movimento de uma esquerda socialista e popular activa nas lutas sociais e decisiva na construção de uma alternativa política que resulte da maioria social de esquerda.

A Esquerda Nova – Corrente de Opinião no Bloco de Esquerda entende que o debate político interno é um caminho decisivo para que o Bloco corresponda na prática do dia-a-dia àquilo que os Estatutos já consagram: a realidade de um partido-movimento que pratica a pluralidade das opiniões não só individuais, mas também as resultantes de iniciativa colectiva de tendências e correntes reconhecidas e com acção transparente. Este é um caminho diferenciador no espectro politico-partidário português capaz de trazer ao debate político muita gente que já não se revê no modelo tradicional dos partidos existentes!

A Esquerda Nova – Corrente de Opinião no Bloco de Esquerda é constituída por aderentes do Bloco de Esquerda que se assumem como militantes, como activistas nas lutas todas do movimento social, como cidadãos comprometidos com uma cidadania socialista para um Poder Local e Autárquico onde a democracia participativa seja uma realidade. Neste ser bloquista assumimos sempre todo o património do BE, nos bons e nos maus momentos, em todas as vitórias mas também em todas as derrotas.

Neste sentido, consideramos que a Assembleia Distrital do Porto de 6 de Novembro de 2009 representou um momento que em nada tem a ver com aquilo que deve ser a vida interna de um partido-movimento como o Bloco de Esquerda.

O modo como alguns camaradas dirigentes nacionais e distritais se insurgiram contra as opiniões (são mesmo só opiniões!), chegando ao nível baixo do insulto e da calúnia, deixa-nos preocupados, mas determinados em prosseguir com o nosso contributo militante para que a democracia interna, estatutariamente consagrada, seja uma realidade motora para um Bloco de Esquerda cada vez mais referência activa para uma alternativa socialista de poder.

Na nossa opinião, a expressão de um ponto de vista deveria sempre ser discutido como isso mesmo: a contribuição para um debate sereno e conclusivo! Mesmo que esse ponto de vista seja considerado “errado” por uma maioria de camaradas, não deixa de ser um ponto de vista com direito de ser expresso e respeitado.

Ora, isto não aconteceu! Alguns camaradas com responsabilidades directivas confundiram expressão de uma legítima discordância, com a expressão de insultos, de calúnias e de muita desonestidade intelectual quando sobrelevam partes de uma análise escrita, esquecendo (deliberadamente ou não) outras partes.

A Esquerda Nova vai continuar a querer debater com todas e todos os aderentes os seus pontos de vista. Sempre, como não podia deixar de ser, no respeito pelas posições democraticamente assumidas como maioritárias no Bloco de Esquerda.
Decorre dos Estatutos do Bloco de Esquerda que somos um partido-movimento que não esgota o seu debate na definição desta ou daquela maioria. A qualidade da nossa democracia interna reside no reconhecimento permanente da existência de minoria e/ou minorias. Que podem muito bem ser expressas sob a forma de tendências e/ou sob a forma da opinião individual de aderentes que não se querem enquadrar em tendências.

Porto, 12 de Novembro de 2009

Esquerda Nova – Corrente de Opinião no Bloco de Esquerda

DETALHES (3)


MISÉRIA ENDÉMICA

A tragédia que agora se abateu sobre o Haiti não vem mais do que trazer à luz do dia a miséria endémica que grassa naquele pequeno país. Num longo texto publicado na revista Courrier de Outubro de 2009 – muito antes do terramoto – “o escritor nicaraguense Sergio Ramirez traça o triste esboço de um país cuja população, atormentada por catástrofes políticas e naturais, acaba por se acostumar à infelicidade.”

Deixamos aqui um pequeno mas significativo excerto desse texto:

(…)“O escritor Lionel Trouillot dir-me-á que, como Maurice, milhares de pais de família investem na educação dos filhos como sendo a única luz ao fundo do túnel da miséria. Seriam capazes de matar por isso. Mas, para as pessoas que vivem com menos de um dólar por dia (60 por cento) torna-se impossível pagar as propinas que o Estado cobra nas escolas públicas, embora se trate de uma quantia simbólica. Mesmo assim, no campo, há crianças que caminham duas horas, sem pequeno-almoço, até à escola. Outros, menos afortunados, acabarão como restaveks (de reste avec, que em francês significa fica com) na capital, entregues como servo a famílias não necessariamente ricas, como nos tempos coloniais, para desempenhar as mais duras tarefas domésticas, sem salário e dormindo no chão.”(…)

Se, muitos dos nossos jovens conhecessem esta realidade, certamente, não se sentiriam, por vezes, tão infelizes por não possuírem farpelas de marca, telemóveis sofisticados ou a última versão de determinados jogos de computador…

Luís Moleiro

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Greve dos Enfermeiros


Dinamização das estruturas locais a partir do confronto democrático



É vital a dinamização das estruturas locais do BE – distritais, concelhias e até de freguesia (se possível) – a partir do confronto democrático entre posições políticas internas diferentes, com a discussão de programas de acção, adaptados a cada área geográfica de intervenção.

Com pelo menos dois anos aparentemente tranquilos pela frente, o Bloco tem todas as condições para fazer esse caminho sem sobressaltos. As estruturais locais não podem continuar fechadas sobre si mesmas. Pelo contrário, têm de assumir responsabilidades pelo trabalho desenvolvido, apresentar propostas alternativas concretas e dinamizar a acção de curto e médio prazo juntamente com os seus aderentes e apoiantes. As estruturas e os seus militantes, desprovidos de quaisquer receios de conotação com a corrente A, ou com a tendência B.

O Bloco de Esquerda tem vindo a defender publicamente novas formas de participação dos cidadãos em defesa dos seus interesses. É absolutamente indispensável instituir, no interior do Bloco, as práticas democráticas que defendemos publicamente, numa clara atitude ética.

A este propósito, o texto de opinião assinado por Rui Tavares, publicado no jornal “Público” de 14 de Outubro deste ano, é claro e explícito quanto ao caminho a seguir:

Nas próximas eleições locais, entre os 305 presidentes de câmara, metade não poderá recandidatar-se. O país deveria aproveitar para iniciar uma autêntica revolução no poder local, feita de um novo discurso urbano e de uma nova prática cívica. A preparação dela começa agora.
Um novo discurso urbano começa por duas dimensões aparentemente simples: onde as pessoas moram e como elas se movem. Mas as suas ramificações têm consequências enormes. Num tempo de crise, é comum falar-se dos efeitos "multiplicadores" do investimento público. É bom lembrar que, em política urbana, os multiplicadores vão muito para além da economia. É investimento público que gera novo investimento, é certo, mas igualmente importantes são os seus multiplicadores culturais e sociais. Em cidades com centros degradados com as nossas, são também multiplicadores de qualidade de vida. Em cidades dominadas pelo automóvel, as políticas de transportes públicos são também multiplicadores ambientais. E promover a participação política local é talvez um dos mais poderosos multiplicadores cívicos.
Aqui entra o segundo plano. Uma nova prática cívica significa promover mais debate local, ter mais abertura, criar mais momentos de deliberação. As pessoas podem não saber tudo sobre macroeconomia ou direito internacional, mas em geral têm uma ideia muito concreta de como querem mudar a sua vida na cidade. Ao discuti-lo não só preparam o caminho para essa mudança como melhoram a qualidade da democracia.

In Esquerda Nova

“Bonapartes” acima das posições existentes


O Bloco é o resultado de experiências políticas e trajectos ideológicos diferenciados. Não faz sentido que as principais figuras(!) do Bloco não pertençam oficialmente a nenhuma “corrente de opinião” interna e resolvam, sempre que se ensaia algum debate, aparecer como uma espécie de “bonapartes” que se posicionam acima das posições existentes… Na realidade e na prática, esses dirigentes acabam por fazer perdurar o domínio do Bloco por uma “troika” de fundadores que, há muito, já devia ter dado o lugar à dinâmica democrática dos militantes, da base até ao topo.

Os aderentes do Bloco já mostraram ser exigentes e críticos. E os eleitores do Bloco também. Daí que o eleitorado se “zangue” quando o BE se apresenta como intérprete único, rigoroso e fiel do que os cidadãos pretendem, e que o Bloco tenha dificuldade em entender. Como se conhecêssemos, de antemão, e de trás para diante, as dificuldades, as aspirações e as exigências dos cidadãos, não necessitando, sequer, de qualquer diálogo com alguém.

In Esquerda Nova

IMPORTÂNCIA DA LEITURA

É do conhecimento geral que as pessoas que, durante a sua vida activa tiveram uma profissão ligada ao meio intelectual, uma vez atingida a aposentação, possuem mais meios para poderem encarar de forma positiva os seus últimos anos de vida, não afrontando este período como se aguardassem apenas a chegada da morte. A leitura, seja de obras de ficção, livros técnicos, jornais, revistas ou mesmo do que se pode encontrar na Internet, contribui, fortemente, para a preservação das funções cognitivas. Mas este hábito saudável deve ser estimulado desde os primeiros anos de vida do ser humano, pelos múltiplos benefícios de que é portador.
O texto seguinte, recolhido num dos jornais diários que se publicam em Coimbra, é da autoria de quem sabe do assunto – Fernando Miguel Morais de Seabra, enfermeiro da Secção Regional do Centro da OE.

LER FAZ BEM À SAÚDE
Vários estudos internacionais determinaram a existência de uma relação positiva entre os níveis de literacia dos cidadãos e o nível de saúde de uma população. Estes achados evidenciam por parte das pessoas com hábitos regulares de leitura a adopção de estilos de vida mais saudáveis, uma melhor gestão da doença e uma utilização mais racional e adequada dos serviços e recursos de saúde. Não será alheia a esta realidade, a maior facilidade na compreensão das mensagens e orientações dadas pelos profissionais de saúde.
Os hábitos de leitura são muito importantes ao longo de todo o ciclo vital do ser humano e devem acompanhar todas as etapas da nossa vida. Assim, deve ser estimulado o contacto precoce com livros às crianças. Mesmo antes de saberem ler, devem ouvir ler com regularidade. Tenderão a ter uma linguagem mais rica e uma melhor capacidade de compreensão e expressão, desenvolvem a imaginação e o raciocínio, com evidentes benefícios no seu futuro percurso escolar e na construção de uma personalidade mais forte e auto-confiante. Não esqueçamos ainda os laços afectivos que se reforçam entre as crianças e os adultos que lhes lêem.
Também na idade adulta, a manutenção de hábitos de leitura é essencial. Para além dos benefícios acima identificados, outros há que merecem a nossa atenção. Desde logo o prazer da leitura. Quão importante é na libertação da ansiedade e do stress acumulados pela agitação do nosso dia. Quando lemos, abstraímo-nos temporariamente das preocupações, a nossa imaginação é habilmente desviada para o que lemos. Damos, portanto, preciosos minutos de tréguas à nossa mente. A preservação das funções cognitivas na pessoa idosa é também em muito beneficiada pelos de leitura. Ler implica raciocinar, fazer associações, estimular o raciocínio indutivo e dedutivo, numa espécie de “ginástica mental”.
Nem todas as pessoas tiveram de ler ao longo da sua vida. No entanto, todos temos áreas de interesse particulares e a leitura não tem de ser necessariamente centrada na ficção/literatura. Há livros técnicos que poderão ir de encontro aos interesses particulares de cada pessoa. Há ainda os jornais e revistas e todo um manancial de informação na internet. Cabe agora a cada um tomar a iniciativa, e ler!

Recolha efectuada por Luís Moleiro

DIZERES (8)


“Nem o passado existe nem o futuro. Tudo é presente”

Gonzalo Torrente Ballester (1910-99), escritor espanhol

Recolha efectuada por Luís Moleiro

O papel da Esquerda Socialista e dos bloquistas


A Mesa Nacional do Bloco de Esquerda, reunida em 23 de Janeiro, aprovou por maioria a decisão, já anteriormente anunciada, de apoiar a candidatura de Manuel Alegre à Presidência de República.

Esta candidatura é encarada com algum desconforto por muitos aderentes do Bloco de Esquerda, independentemente do entendimento da necessidade de uma candidatura que consiga apoios capazes de derrotar a previsível candidatura de Cavaco Silva.

O facto de as candidaturas à Presidência da República, em Portugal, serem supra-partidárias não é suficiente para que muitos bloquistas e outros homens e mulheres de esquerda vejam com bons olhos a possibilidade de estar ao lado de Sócrates, Maria de Lurdes Rodrigues, Vieira da Silva e outros no apoio a Alegre.

A nossa posição não é fácil, mas nem por isso poderá ser menos clara e transparente.

A Esquerda Socialista e os bloquistas em especial têm, agora, uma responsabilidade aumentada, a de participar, ainda mais activamente, nas campanhas que o Bloco lançou ou venha a lançar, contra a exploração desenfreada, contra o desemprego e a precariedade, contra todas as formas de exclusão, na defesa dos serviços públicos e ainda contra a NATO e a participação de Portugal em guerras a que somos alheios, marcando uma clara oposição às medidas neoliberais que o Governo Sócrates vem assumindo.

Para que não restem dúvidas, encaramos o neoliberalismo como a filosofia que enforma o capitalismo nos nossos dias e opor-nos-emos a ele por todas as formas.

Ao agirmos assim, estaremos a impedir quaisquer tentativas de confusão entre o nosso partido-movimento e o PS e estaremos a honrar os nossos compromissos com a história e com os sectores da população com que sempre nos manifestamos solidários.

O demissionismo e o baixar dos braços não serão o nosso caminho, pelo contrário deveremos dar mais força aos que, em todas as frentes de luta, enfrentam a direita e os seus aliados.

A maioria social de esquerda, capaz de impor uma alteração da situação em que vivemos, só será forjada nas lutas concretas e nunca nos acordos de gabinete, por mais favoráveis que eles pareçam.

O Presidente da Republica, no quadro constitucional português, não tem grandes poderes para influenciar as politicas governamentais. Mesmo que os tivesse, como socialista de esquerda, não colocaria nas mãos , fosse de quem fosse, grandes esperanças nesse sentido.

Estou mais preocupado com o evoluir da capacidade de intervenção social e política do povo português do que com eleições presidenciais, embora entenda que é preferivel ter como PR um homem ou uma mulher com uma prespectiva politica, social e cultural progressistas do que o Cavaco Silva.

Mas este é, apenas, o meu entendimento, aberto à discussão e ao debate.

José Ferreira dos Santos
In Esquerda Nova

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

TRAGÉDIA PALESTINIANA

A tragédia que se abateu sobre o povo palestiniano tornou-se, para seu mal, uma normalidade. Em termos mediáticos já não tem interesse – o pior que poderia acontecer. Numa altura em que é o terramoto haitiano que atrai toda a comunicação social, torna-se importante que haja quem venha lembrar que a situação na Palestina só tende a agravar-se. Todo um povo se encontra em situação desesperada sem que a chamada comunidade internacional mexa uma palha. Daniel Oliveira visitou aquele martirizado pedaço de terra e comenta o que teve oportunidade de observar num texto que assina na edição do “Expresso” de 23/01/2010.

PORQUE PODEM
Os bombardeamentos de Gaza foram há um ano. Estive lá há uma semana. É como se o tempo não tivesse passado. Tirando alguns hospitais, nada foi reconstruído. Reuni com deputados nos escombros do que antes era o hemiciclo do único parlamento com poderes efectivos democraticamente eleito do mundo árabe. Israel, com o apoio do Ocidente, achou que devia enviar uma mensagem clara: preferimos ditadores dóceis à vossa escolha livre. As infra-estruturas fundamentais de um Estado já não existem e quem ficou sem casa vive ainda em acampamentos.
Nada foi reconstruído porque nem sequer toda a ajuda internacional disponível entra. Nem cimento, nem gasolina, nem comida ou medicamentos suficientes. E os palestinianos não podem sair. Estão presos e em morte lenta. O que entra passa por túneis ilegais que ligam Gaza ao Egipto. Armas, é verdade. Mas também tudo o que é necessário para sobreviver. Os egípcios anunciaram que vão fechar os túneis. Mas nem por isso vão abrir as suas fronteiras para controlar o que passa. Porque o bloqueio, que não é apenas israelita, tem objectivos políticos. O Hamas é aliado da Irmandade Muçulmana e a Irmandade Muçulmana é o maior inimigo interno da ditadura egípcia. Há que fazer os palestinianos de Gaza sofrer mais um pouco.
Do lado israelita já nem se perde tempo com argumentos. Separado que está o território que sobrou para os palestinianos, continua-se a construir colonatos na Cisjordânia e a preparar uma qualquer próxima ofensiva a Gaza. A estratégia é simples e de longo prazo: correr com os palestinianos das suas terras. Violam impunemente todas as leis internacionais. Porque podem. Porque os EUA acabarão sempre por apoiar tudo o que façam. Porque os ditadores árabes estão mais preocupados com a sua própria sobrevivência. Porque a Europa não existe. Porque a justiça internacional é uma fraude.

Recolha efectuada por Luís Moleiro

DIZERES (7)


“A livre comunicação dos pensamentos é um dos mais preciosos direitos do Homem”

Artigo VIII da Constituição Portuguesa de 1822

Recolha efectuada por Luís Moleiro

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

OE'2010: menos investimento público e mais privatizações para conter o défice

a crise de fim da crise


Na versão preliminar do OE'2010, o Governo anuncia que vai gastar menos com os salários dos funcionários públicos, irá controlar a despesa à custa do investimento e continuar a política de privatizações - “más notícias”, segundo Luís Fazenda.

O Ministro das Finanças vai esta terça-feira à Assembleia da República apresentar a proposta de Orçamento do Estado para este ano, proposta aprovada ontem em sede de Conselho de Ministros. À saída da reunião, Teixeira dos Santos foi claro na assunção de que os funcionários públicos não vão ter aumentos superiores à inflação prevista, acrescentando que, embora os apoios do Estado à economia se mantenham este ano, a redução do défice será "significativa".

Na versão preliminar do documento podem-se destacar já o gasto reduzido com os salários dos funcionários públicos, um investimento público contido para controlar a despesa e a retoma das privatizações nos sectores energéticos e não só, na área da saúde haverá mais dois hospitais com o estatuto de EPE (entidade pública empresarial), como medidas justificadas com o combate ao défice, tendo o Ministro da Economia afirmado que quer chegar a 2013 com o défice "abaixo dos 3 por cento".

Este ano, o Estado vai gastar menos em despesas com pessoal. A verba destinada a actualizações salariais indicia isso mesmo: não chega a 200 milhões de euros, um valor abaixo dos 250 milhões gastos em 2009 - ano em que o Governo atribuiu um aumento de 2,9%. Recorde-se que o Governo conseguiu reduzir em cerca de 73 mil, o número de funcionários públicos na legislatura anterior.

Os sindicatos da função pública, que pediam aumentos entre 2,5% e 4%, não aceitam o congelamento salarial e garantem: 2010 será um ano de "tensão", com recurso a greves e manifestações.

"Vamos continuar a lutar, ninguém vai ficar parado: já está marcada uma grande manifestação nacional para 5 de Fevereiro", afirma Ana Avoila, da Frente Comum (ligada à CGTP). O aumento nominal inscrito na proposta de Orçamento para 2010 deverá ser de 0,8%, um valor totalmente anulado pela inflação. Em 2009, ano eleitoral, a função pública foi recompensada com um aumento de 2,9% - com a queda dos preços, tal resultou num aumento real de 3,7%.

De acordo com o documento, a que o Diário Económico (DE) teve acesso, as remunerações certas e permanentes do subsector Estado vão registar uma queda, ainda que residual, ao contrário do verificado em 2009. Esta redução deverá ser explicada pela "adopção de uma política de moderação salarial em 2010, a par do efeito de saídas líquidas de entradas, com reflexo no decréscimo das remunerações certas e permanentes", lê-se na proposta.

Deste modo, a regra “dois por um” que implica a entrada de apenas um funcionário por cada dois que saem - será mantida e reforçada e tudo indica que os aumentos salariais sejam contidos, tal como o Governo já afirmou. Com o novo Orçamento, os dirigentes dos serviços públicos que queiram reforçar as suas equipas, terão de prestar um conjunto alargado de informações directamente ao Ministro das Finanças, que terá de autorizar a contratação pretendida.

A indicação dada pelo Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público aos mercados financeiros foi mesmo de que "não existirão aumentos" este ano, pelo menos, reais. Uma garantia reafirmada ontem pelo ministro das Finanças.

Tal como o Ministro das Finanças já tinha prometido aos mercados financeiros e à oposição de direita, a proposta de Orçamento do Estado para este ano procurará limitar o crescimento das despesas. Mas essa contenção será feita à custa do investimento, conforme se verifica na versão preliminar do Orçamento.

Segundo o documento, as despesas de capital deverão registar uma forte quebra, que poderá mesmo chegar aos dois dígitos. Esta contracção será mais visível na administração central – cujas verbas de investimento deverão levar um corte de perto de 50% (enquanto a administração local conseguirá manter um aumento das verbas).

O capítulo sobre as verbas nacionais e comunitárias para investimentos do plano mostra também esta diminuição, ao contrário do verificado em 2009. No ano passado, a comparticipação nacional aumentou 37,7%, enquanto para 2010 se antecipa uma contracção em tornos dos 6%.

Apenas nos gastos com a Saúde e a Educação se prevêem aumentos. No entanto, passarão a sete, os hospitais que assumem o estatuto de EPE, permitindo ao Governo travar despesas com funcionários públicos. O Hospital Magalhães de Lemos, do Montijo e do Litoral Alentejano e o Amato Lusitano sofrerão já a transformação, mas em 2010 espera-se que também os hospitais distritais de Oliveira de Azeméis e de S. João da Madeira sejam, integrados numa EPE – o Centro Hospitalar de Entre-Douro e Vouga.

No final da reunião desta segunda-feira, também foi anunciada retoma da política de privatizações que tinha sido interrompida devido à crise. No programa de privatizações encontram-se empresas fulcrais do sector energético como a REN, a EDP e a Galp, mas também a INAPA, a TAP e a ANA estão previstas no rol de vendas da participação estatal nestas empresas.

O ORDENADO DOS PROFESSORES PORTUGUESES

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AMAL: Moção do Bloco de Esquerda - Museu da Cortiça


MOÇÃO

Museu da Cortiça, Precisa de Solução Urgente

Tendo em conta que:

O Bloco de Esquerda tomou conhecimento público da iminência do encerramento do Museu da Cortiça, devido à falência da Fabrica do Inglês, em Silves.

Segundo o seu director, em visita que efectuámos recentemente, o encerramento pode ocorrer a qualquer momento, devido às dificuldades financeiras que atravessa a sociedade proprietária do museu e do parque de lazer em que se insere.

- com este encerramento à uma ameaça que pende sobre o seu valiosíssimo património, que não pode, em circunstância alguma, ser vendido a retalho ou alienado de uso público;

- é certamente o museu mais rico ao nível da indústria da cortiça, com um acervo notável em maquinaria, oficinas e arquivo documental.

- é apontado por muitos como um dos melhores museus industriais da Europa – em 2001 foi distinguido pelo Fórum Museológico Europeu com o Prémio Micheletti para Melhor Museu Industrial da Europa, tendo recebido nesse ano mais de 100 mil visitantes;

- o Museu da Cortiça constitui um dos mais importantes pólos turísticos e culturais de Silves e do Algarve, faz dignamente jus à história da indústria corticeira Silvense e Algarvia;

- a importância e o património deste museu estão naturalmente muito para além das fronteiras do concelho de Silves, dando-lhe um carácter supra-municipal.

A importância deste museu e o seu riquíssimo património exigem, por isso, a intervenção pública, mormente do Governo e das competentes Direcções da Cultura, da Economia e do Turismo, e uma resposta rápida.

Atendendo ao exposto a Assembleia Metropolitana do Algarve vem manifestar a sua preocupação para a existência desta grave situação e para a inexistência de notícias quanto à sua resolução e vem solicitar junto de V. Exas* que dignem empenhar-se na procura de uma solução que evite seja posto em causa este valioso património.

Assembleia Metropolitana do Algarve, em 25 de Janeiro de 2010.

Os Membros do Bloco de Esquerda, na Assembleia Metropolitana do Algarve

Carlos Martins e Luísa Gonzalez

------------A moção foi aprovada por maioria com a abstenção de onze membros do PSD.

· enviar para:

Primeiro Ministro, Ministros da Cultura e Economia, Secretaria de Estado do Turismo, Delegações Regionais dos Ministérios da Cultura e Economia, CCDR Algarve e Câmara Municipal de Silves.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

A CÂMARA QUE ENVERGONHA A DEMOCRACIA

Comunicado

A CÂMARA QUE ENVERGONHA A DEMOCRACIA

O Bloco de Esquerda, vem repudiar a continuação dos métodos anti-democráticos e a falta de respeito do Sr. Presidente da câmara engenheiro Francisco Leal, para com o vereador do Bloco de Esquerda Sr. João Pereira, pelo estatuto da oposição e pelos direitos consagrados na constituição e na Lei.

O nosso vereador, reconhecido por aqueles que de mais perto acompanham as reuniões de câmara, está fazendo um trabalho de oposição a um executivo camarário que não estava habituado a ser escrutinado e confrontado com a sua incompetência e ilegalidades.

É incrível a quantidade de trapalhadas e ilegalidades apontadas pelo nosso vereador nos seus votos de vencido realizado nas sessões de câmara e nas suas intervenções nas reuniões públicas.

Sabendo que têm um vereador, que leva os seus problemas e que realiza o seu trabalho em prol da população, são cada vez mais os olhanenses presentes nas reuniões públicas da Câmara.

Felizmente, os olhanenses vão conhecendo a realidade bem triste daqueles que elegeram para os governar e alguns estão incrédulos com aquilo a que têm assistido:

-Ficaram a saber, que a Câmara Municipal não tem regimento há muitos anos;

-Ficaram a saber, que ao ser confrontado com essa situação, o Presidente da Câmara criou uma comissão com dois vereadores do PS e um do PSD, afastando escandalosamente, a força política que mais lutou pela reposição da legalidade no funcionamento das reuniões de Câmara, exactamente o Bloco de Esquerda;

-Ficaram a saber, que passados dois meses da constituição dessa comissão, nada foi feito, continuando a Câmara a funcionar ilegalmente;

-Ficaram a saber que o Sr. Presidente não dá acesso a documentos requeridos pelo vereador;

-Ficaram a saber que as propostas que o vereador leva para serem discutidas e deliberadas não são levadas à câmara;

-Ficaram a saber que o Sr. Presidente ainda não deu passados três meses um gabinete para o vereador receber os cidadãos e que também não tem o cartão de identificação de vereador eleito;

-Ficaram a saber, que o vereador não recebeu até hoje um euro que seja, pela participação nas reuniões da Câmara em três meses de participações.

-Ficaram a saber, que a câmara não convocou o Vereador para uma reunião e que constantemente viola a lei das convocações das reuniões;

-Ficaram a saber, que o orçamento aprovado na câmara não foi aquele que foi aprovado na Assembleia Municipal;

-Ficaram a saber, que os mercados do peixe e da fruta metem água por todo o lado;

-Ficaram a saber, que a câmara no seu orçamento, pagara umas obras no valor de cento e sete mil euros na reparação desses mercados, as quais ele e os comerciantes desconheciam;

-Ficaram a saber, na brilhante resposta do Sr. Presidente que a câmara pagara adiantado, a totalidade das obras ao empreiteiro;

-Ficaram a saber, que o parque radical para a juventude, já foi totalmente pago mas nem uma pedra lá existe;

-Ficaram a saber, que no orçamento para dois mil e dez a Câmara vai fazer outro parque radical para a juventude, esperando todos nós, que este ao menos este seja para valer;

-Ficaram a saber, que a câmara contrata obras públicas de milhares de euros, sem concurso público e com contratos com seis cláusulas contratuais apenas;

-Ficaram a saber, problemas reais das pessoas, que procuram o nosso vereador para lhe dizer, que não conseguem chegar à fala com ninguém do executivo;

-Ficaram a saber, que os contínuos das escolas não recebem. Que os alunos do 1º ano não têm recreio há dois meses, que os pavilhões meteram água e destruíram todos os pertences (livros, cadernos e outros utensílios em papel) dos professores e alunos;

-Ficaram a saber, que estas crianças que agora começaram a sua vida escolar estão nestes contentores sem casa de banho;

-Ficaram a saber, que esses alunos para irem a uma casa de banho, têm que se deslocar pelo meio da lama e misturar-se com os alunos mais graúdos;

-Ficaram a saber, que por estes motivos estes alunos dizem aos seus pais que não gostam da escola;

-Ficaram a saber, que estes alunos estão em riscos de ficarem sem os contentores e sem aulas porque a câmara não paga o aluguer;

-Ficaram a saber, que isto tudo acontece porque as obras da nova escola estão atrasadas por falta de pagamento aos trabalhadores e ao empreiteiro;

-Ficaram a saber, que a câmara aprovou a execução do polis, onde se prevê o derrube das casas das ilhas, que se encontram segundo eles ilegais há décadas.

-Ficaram a saber, que querem derrubar essas casas, muitas delas feitas em madeira, de pessoas humildes e dedicadas há pesca e ao marisco.

Ficaram a saber, que ao mesmo tempo aprovaram e deixaram construir nas ilhas e em locais protegidos por legislação muito rigorosa, palacetes em estrutura de betão armado, pertencentes a pessoas economicamente e politicamente poderosas;

-Ficaram a saber, que o seu Presidente de câmara apregoa aos sete ventos que defende o ambiente e quer fazer de Olhão um concelho dos melhores do país ao nível ambiental;

-Ficaram a saber, que ao contrário do que apregoa, é a própria câmara que utiliza os seus camiões carregados de entulho de obras particulares de gente poderosa, para aterrar a Ria Formosa que devia proteger;

-Ficaram a saber que a mesma câmara recebeu milhares de euros da CE para fazerem estações de tratamento, para os resíduos domésticos nas devidas condições;

-Ficaram a saber, que esses resíduos muitos deles vão sem tratamento, directos para a Ria Formosa e que as estações de tratamento são obsoletas, por inadequada aplicação dos fundo Europeus;

-Ficaram a saber que a câmara tem uma lixeira a céu aberto ilegal, onde ela própria já foi multada, por promover o depósito de resíduos sólidos e que desrespeitando as autoridades que a mandaram encerrar, continua a laborar em pleno;

-Ficaram a saber, que o Sr. Presidente persegue politicamente e profissionalmente aqueles que discordam dele;

-Ficaram a saber, vários exemplos dessas perseguições:

- Como o encerramento da única casa de banho pública da cidade, para castigar uma funcionária que foi candidata pelo BE às eleições autárquicas.

-Ficaram a saber, que uns graffiters, queriam autorização para fazerem um graffiti numa empena de um prédio, aos quais o Sr. Presidente respondeu negativamente, porque eles tiveram a ousadia de pintarem para o BE, em plena campanha eleitoral às legislativas;

-Ficaram a saber também, que foi dito aos pescadores da Fuzeta, que não se colocava luz e água nas casas de madeira que lhes estão destinadas;

-Ficaram a saber que isso aconteceu, porque os pescadores chamaram a televisão, para reivindicarem o desassoreamento da barra que lhes impede a saída para obterem o seu ganha-pão;

-Ficaram a saber, que o Sr. Presidente não permitiu ao director do jornal Brisas do Sul tirar fotos das reuniões da câmara;

-Ficaram a saber, que o Presidente não cumpre com a lei, ao não publicar os anúncios neste jornal local, porque o director deste jornal, teve a ousadia de colocar numa tomada de posse da câmara, fotos de elementos doutros partidos;

-Ficaram a saber, que afinal o Presidente que elegeram, não está assim tão perto deles como propagandeado na campanha eleitoral;

-Ficaram a saber que o 25 de Abril ainda está para se fazer em Olhão!

O secretariado do núcleo do Bloco de Esquerda,

Olhão, 21 de Janeiro de 2010

A intervenção divina


Fernando Sobral
fsobral@negocios.pt

pintura orçamento

Quando os grandes dramaturgos da Grécia clássica não conseguiam resolver uma tragédia, recorriam à intervenção divina. Um deus qualquer vinha resolver o problema. A classe política portuguesa também recorre ciclicamente à intervenção divina para resolver os problemas que não consegue ultrapassar. No caso, os deuses não se chamam Zeus ou Dionísio mas sim FMI ou agências de “rating”. Como outrora se chamavam Barings ou Rothschild. O OE está entregue às mãos divinas através dos seus mensageiros: os líderes do PS, PSD e PP. Não é um drama clássico: é quanto muito uma comédia do Parque Mayer. Mas também não há Plano B: ou se coloca a despesa pública na ordem ou, em vez de irmos visitar a Grécia clássica, somos transportados para a moderna Atenas. O problema é que desde há muito, em momentos difíceis como este, os líderes estão menos incomodados com a recuperação económica e mais preocupados com os votos. O País precisa desesperadamente de um período de bom e honesto governo. Mas é isso que tem sido sonegado aos portugueses. As complicadas negociações sobre o OE, que terminará com um acordo entre o PS e o PSD e o álibi do PSD, cumprem apenas o destino. Tapa-se o buraco com cola instantânea e atira-se o problema maior para o futuro. Mas cumpre-se o destino: o FMI pediu e o País, de cócoras, cumpriu. No fundo a questão do OE é a outra face da moeda das escutas que foram parar ao Youtube: as reformas apressadas da Justiça serviram para que a sociedade procurasse libertar–se das erupções internas por outros meios. O resultado (e os que virão a seguir) estão à vista.


J.N.

domingo, 24 de janeiro de 2010

DETALHES (1)

Coincidências

Na edição do “Expresso” de 23/01/2010, a cidade de Portimão é referida como capital da esquerda por ter albergado, no espaço de três dias, e, curiosamente, no mesmo local, o lançamento da candidatura de Manuel Alegre à presidência da República e um jantar-comício do Bloco de Esquerda, integrado nas jornadas parlamentares daquele partido que tiveram lugar no Algarve.

Faltou referir que o município de Portimão é governado por um partido, eufemísticamente, designado socialista mas, na realidade tendencialmente social-liberal na sua prática.

Passos à direita

Na entrevista que acaba de dar ao “Expresso”, Pedro Passos Coelho, a par de uma de populismo, defendendo a redução dos salários dos políticos, é bem claro nas suas opções de direita:

- Congelamento dos salários por mais um ano (presume-se que para além do próximo);

- Quem quer saúde paga-a;

- Privatização da CGD num futuro próximo;

- Congelamento das despesas sociais;

- Voto contra o casamento gay e a adopção.

Curiosamente, quando se refere a Paulo Portas, diz que o conhece da JSD. “Ele foi o último director do órgão informativo da Jota – “Pelo socialismo””. Ou seja, Paulo Portas liderou uma publicação periódica escrita onde, pelo título, defendia o socialismo. Mudam-se os tempos… Apostamos que o PP já apagou esta parte do currículo do seu chefe.

Se tivermos em conta que candidatos em campanha são mais comedidos quanto às medidas que tencionam tomar uma vez chegados ao poder, é caso para não perdermos de vista este sujeito e aquilo que ele vai dizendo.

Democracia à angolana

Ao fim de quase trinta e cinco anos de independência, foi aprovada a primeira Constituição de Angola.

O processo que levou à aprovação da Lei Fundamental da antiga colónia portuguesa mais não visa do que levar à perpetuação no poder de José Eduardo dos Santos e da sua clique. O horror ao voto popular é tão grande que até a eleição do Presidente da República é feita no Parlamento, onde o MPLA é largamente maioritário…

Em Portugal conhecemos essa prática levada a cabo pelo regime salazarista depois do “susto” provocado pela candidatura do general Humberto Delgado.

Trata-se da pretensa “legalização” de uma situação, de facto, já existente – uma ditadura. De resto, só por ironia a Constituição de Angola exprime que tem como objectivo "a construção de uma sociedade livre, justa, democrática e solidária, de paz, igualdade e progresso social".

Sintomática é a posição da chamada “comunidade internacional” que, noutros tempos e noutros locais se apressava a denunciar “farsas” deste tipo e, agora, se mantém quieta e calada. Sem sombra de dúvida que os petrodólares têm muita força.

Luís Moleiro

DIZERES (6)

“O definitivo sinal da liberdade é o facto de o medo deixar espaço ao gozo tranquilo da independência”

Stig Dagerman (1923-54), escritor sueco

Recolha efectuada por Luís Moleiro

sábado, 23 de janeiro de 2010

Bloco confirma apoio a Manuel Alegre


A Mesa Nacional do Bloco de Esquerda reuniu este sábado, com as presidenciais e o OE'2010 no centro da agenda política.

Em conferência de imprensa, Francisco Louçã confirmou o apoio do Bloco à vontade manifestada por Manuel Alegre para ser candidato a Belém daqui a um ano. "O Bloco regista a afirmação da disponibilidade da candidatura presidencial de Manuel Alegre e, tratando-se de uma candidatura supra-partidária, a eleição presidencial convoca uma exigência de responsabilidade totalmente distinta daquela que é o debate sobre a governação do país".

Louçã defendeu que "uma campanha presidencial é a disputa de um cargo uninominal, de uma pessoa que represente o país no momento das suas maiores dificuldades, da maior fractura social, da maior desigualdade e da maior injustiça, e que traga um projecto mobilizador de esperança e de convergência".

"Creio que é aí que ele faz a diferença e essa é a razão pela qual o BE o apoia", acrescentou o coordenador bloquista, alegando que "na contraposição à hipótese de Cavaco Silva suceder a Cavaco Silva, a necessidade de um grande debate público profundo sobre a mobilização da sociedade portuguesa no combate à injustiça coloca Manuel Alegre num plano supra-partidário que não é apropriável por nenhuma força política partidária e que contribui para uma mobilização de uma responsabilidade democrática, de uma democracia responsável".

As negociações do Governo com os partidos da direita para a aprovação do OE'2010 foi outro dos temas tratados na reunião da direcção do Bloco. "Um bom Orçamento de Estado é o que começa por responder ao desemprego, à dificuldade da vida do trabalhador mais pobre. Mas ao recusar alargar o subsídio de desemprego, aplicar o imposto sobre as mais-valias bolsistas, José Sócrates demonstrou que quer um Orçamento para deixar tudo na mesma", disse Louçã.

"As verbas que sobraram do ano passado para combater o desemprego seriam suficientes para alargar o acesso ao subsídio das 300 mil pessoas que não o recebem", salientou o dirigente do Bloco, referindo-se aos 320 milhões que o governo disponibilizou nesse âmbito e que não foram aproveitadas.

NEOLIBERALISMO PURO E DURO


“Vivemos acima das nossas possibilidades” é a expressão que mais se ouve da parte de muitos dos responsáveis do estado a que o país chegou, enquanto eles se banqueteiam com lautos vencimentos ou chorudas reformas provenientes dos diversos cargos que exerceram mesmo que por lá tenham passado poucos meses.

Quem vive acima das nossas possibilidades? Os dois milhões de portugueses que vivem abaixo do limiar da pobreza? As centenas de milhares de desempregados? Os que recebem o salário mínimo?

O excelente texto que a seguir se transcreve que é da autoria de António Vilarigues vem inserido na edição do Público de 22/1/2010 e aborda de forma certeira esta situação.

O novo avatar do neoliberalismo luso

"Vivemos acima das nossas possibilidades" parece ser o novo avatar dos defensores do neoliberalismo e das teorias económicas monetaristas em Portugal. Quem vê, ouve e lê os arautos da direita dos interesses e dos interesses da direita descobre uma estranha unanimidade. Cavaco Silva ou João Salgueiro, Vítor Bento ou Daniel Bessa, Augusto Mateus ou Silva Lopes, Fernando Ulrich ou Francisco Vanzeller, Silva Lopes ou Nogueira Leite (para só citar alguns), todos, como que com um só pensamento e a uma só voz, proclamam, tonitruantes, "vivemos acima das nossas possibilidades!". Curiosamente, ou talvez não, todos (ou quase) apresentam algumas características comuns.

Desde logo o facto de assumirem (ou terem assumido) responsabilidades governativas ou de direcção do "sistema". Cavaco Silva, por exemplo, entre outros cargos desempenhados, foi ministro das Finanças e ainda é o primeiro-ministro mais anos (8) em funções. João Salgueiro, ex-presidente da Associação Portuguesa de Bancos, entre outras coisas também já foi, recorde-se, técnico do Banco de Fomento, director do Departamento Central de Planeamento, vice-governador do Banco de Portugal, presidente do Banco de Fomento, presidente da Caixa Geral de Depósitos, subsecretário de Estado do Planeamento (entre 1969 e 1971), ministro de Estado e das Finanças e do Plano (de 1981 a 1983). E a lista é infindável.

Em segundo lugar, comportam-se todos como virgens vestais. Quem os ouve e lê parece que não têm, nem tiveram, nada a ver com o estado de coisas a que o país chegou. Só que a nossa memória não é curta. Finalmente, mas não menos importante, todos sem excepção recebem mensalmente vencimentos equivalentes a 20, 30, 40, 50, 100 e mesmo mais salários mínimos nacionais. Mês após mês, ano após ano. E isto sem falar das alcavalas como viatura, cartões de crédito da empresa, etc., etc., etc.

"Vivemos acima das nossas possibilidades"? Mas quem?, pergunta-se. Os dois milhões de portugueses que vivem abaixo do limiar da pobreza (o que significa que vivem com menos de 406 euros/mês)? Os 12% dos portugueses que têm emprego mas que estão também em risco de cair numa situação de pobreza? Os 700 mil desempregados reais, mais de um terço dos quais sem direito a receber qualquer subsídio? Os 450 mil que trabalham e recebem apenas o Salário Mínimo Nacional? Os mais de 40% dos trabalhadores por conta de outrem com um rendimento inferior a 600 euros? Os 35% dos portugueses que não têm rendimentos suficientes para manter um sistema de aquecimento em casa? Os 64% que não conseguem pagar uma semana de férias fora de casa?

"Vivemos acima das nossas possibilidades", os aumentos salariais não podem passar a fasquia dos 1,5%, dizem. Entretanto os lucros aumentam e o negócio da compra e venda de acções registou um crescimento em cerca de 34% no valor das 20 principais empresas cotadas em bolsa. O que significa uma concentração de 66,5 mil milhões de euros nos accionistas de apenas 20 empresas. Mas esta é uma realidade que não deve ser dita, escrita ou divulgada nos meios de comunicação social. Tal como o facto de, segundo os dados disponíveis do INE, reportados a 2007, a taxa de rentabilidade dos capitais próprios das empresas, com excepção do sector financeiro, ter sido de 10,17%. Isto significa que comparativamente ao ano anterior houve uma melhoria dessa taxa em cerca de 6,6%. Valor esse que supera em muito aquilo que foram os aumentos médios salariais do sector privado da economia. Facto que desmonta a hipócrita teoria de que é preciso primeiro criar riqueza para depois a distribuir. Estamos conversados.

Recolha efectuada por Luís Moleiro

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

O Mundo Segundo a Monsanto [Legendas pt-Br]

A Monsanto produz 90% dos transgênicos plantados no mundo e é líder no mercado de sementes. Para ecologistas e movimentos sociais ligados a pequenos agricultores, a empresa é a encarnação do mal.
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Resultados de um trabalho de três anos de investigação da jornalista francesa Marie-Monique Robin, o livro Le Monde Selon Monsanto (O Mundo Segundo a Monsanto) e o documentário homônimo são um libelo contra os produtos e o lobby da multinacional.
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O trabalho cataloga ações da Monsanto para divulgar estudos científicos duvidosos de apoio às suas pesquisas e produtos, a exemplo do que fez por muitos anos a indústria do tabaco, relaciona a expansão dos grãos da empresa com suicídios de agricultores na Índia, rememora casos de contaminação pelo produto químico PCB e detalha as relações políticas da companhia que permitiram a liberação do plantio de transgênicos nos Estados Unidos.
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Em 2007, havia mais de 100 milhões de hectares plantados com sementes geneticamente modificadas, metade nos EUA e o restante em países emergentes como a Argentina, China e Brasil.
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CRÉDITOS:
Marie-Monique Robin autora do livro e diretora do filme.